O grão-de-bico encantado
Havia em Cantão um Mandarim muito comilão, mas não comia feijão nem outras leguminosas, detestava-as, chegando mesmo a dizer que se as comesse morreria sufocado!
Uma bela manhã, o Mandarim, que andava à procura de um novo cozinheiro, há já muito tempo, encontrou, finalmente, um chefe de cozinha que era perfeito.
Mas passados alguns dias, o novo cozinheiro já estava farto de não poder cozinhar leguminosas, pratos em que era especialista, e então teve um plano: preparou batatas cozidas com bacalhau e azeite para o Mandarim, mas adicionou a este prato um ingrediente secreto, o grão-de-bico encantado.
A seguir a esta refeição, a toda a hora, o Mandarim queria comer grão-de-bico ou feijão azuki ou feijão mungo ou lentilhas coral ou feijão de soja ou feijão zebra ou ervilhas... e o cozinheiro, que tinha vindo de Macau, prontamente preparava: feijoada, favas guisadas, salada de feijão-frade, arroz de feijocas, ervilhas com ovo escalfado, dobrada, tudo finas iguarias com que o Mandarim se deliciava.
E assim, na China, o chefe cozinheiro a preparar as suas especialidades de leguminosas e o Mandarim encantado a saboreá-las viveram felizes para sempre!
Catarina Peyroteo, 6º B