Fragmentos de uma sustentabilidade insustentável
A organização das atividades humanas no contexto da sociedade globalizada assume um papel central na dicotomia crescimento económico/desenvolvimento sustentável.
É de notar que a viabilidade da sustentabilidade requer o financiamento do crescimento económico.
Apraz-me então referir a árdua, mas sábia tarefa de conciliar progresso, crescimento e competitividade económica com a preservação da natureza e da dignidade humana, abrangendo uma dimensão ambiental, económica e social.
Mesmo na UE, um dos organismos-líder da luta contra as alterações climáticas, existem entraves ao desenvolvimento sustentável:
O comércio, impulsionador dos transportes, é um dos primeiros responsáveis pelo impacto ambiental onde as quotas de emissões poluentes são distribuídas pelos diversos países de forma heterogénea, acabando, muitas vezes, por beneficiar os mais poluidores.
Nas áreas da alimentação e biotecnologia, a PAC é responsável pelo atual sistema agroalimentar caracterizado pela deterioração do valor ecológico.
Por fim, a UE tem negligenciado o efeito das suas políticas na redução da biodiversidade e recursos naturais, bem como na tomada de medidas e na definição de prazos para a sua preservação. Segue com o ineficaz princípio de “poluidor pagador”.
Considero que os grandes obstáculos passam pela incapacidade em conjugar os interesses económicos e a realidade vivida e por uma certa banalização do tema.
Sendo assim, fica o meu apelo à vitória do conhecimento e à coragem. Nenhum governo, estado ou empresa implementará as suas diretivas se cada um de nós não se fizer ouvir. Basta exercer o voto de forma consciente e responsável, ou mesmo consumir de forma prudente.
Maria Hui, nº17, 11ºA